Noguchi acreditava que a tarefa do escultor era moldar o espaço para
dar-lhe forma e significado, e que a arte deveria “desaparecer”, ou ser
como um de seus adjacentes. Talvez seja a sua dupla origem, seu pai
era um poeta japonês, sua mãe, uma escritora escocesa-americana,
que resultou no seu modo de ver o mundo com um olhar para a
“unicidade”. Recusando-se e incapaz de ser rotulado, Noguchi criou
esculturas que podem ser tão abstratas como as de Henri Moore ou
mais realistas como as de Leonardo. Usou qualquer meio em que
pudesse pôr as mãos: pedra, metal, madeira, barro, osso, papel, ou
uma mistura de dois ou todos, esculpindo, fundindo, cortando, batendo
ou dinamitando conforme cada contorno tomava forma.
Sua extraordinária variedade de projetos incluem parques e praças,
mobiliários e jardins, bustos esculpidos em pedra, e luzes de papel
Akari, tão delicadas que poderiam ser dobradas e guardadas em um envelope. Também projetou vários cenários para a dançarina-
coreógrafa Martha Graham, que foi uma uma influência sobre ele, como foi o seu mentor, Constantin Brancusi. Outras comissões notáveis incluem os jardins para o edifício da
UNESCO em Paris, cinco fontes para o edifício da Suprema Corte, em
Tóquio, e um mural em alto relevo para o mercado Abelardo Rodriguez
na Cidade do México.
Noguchi morreu em 1988, após uma brilhante carreira que durou mais
de seis décadas. Uma trajetória gratificante para alguém que, aos 15
anos, ouviu de seu primeiro professor de artes que “nunca seria um
escultor”.